Doença Linfática Crônica

O linfedema é uma condição crônica que causa inchaço, geralmente nos braços ou nas pernas. Esse inchaço acontece porque o sistema linfático, responsável por drenar o excesso de líquido do corpo, não consegue realizar essa função corretamente, o que leva ao acúmulo de líquido nas regiões afetadas.

Existem dois tipos de linfedema: o primário e o secundário. O linfedema primário é raro e ocorre por alterações genéticas, como na doença de Milroy. Já o linfedema secundário é mais comum e pode ser causado por infecções (como a filariose) ou por tratamentos de câncer, como a remoção de linfonodos ou radioterapia.

O diagnóstico é feito com base na história do paciente e exame físico para identificar o inchaço e sua causa. Exames de imagem podem ajudar a confirmar o diagnóstico e diferenciar o linfedema de outras causas de inchaço, como problemas cardíacos ou venosos. A condição pode variar de leve a grave. Nos estágios iniciais, o inchaço pode nem ser visível. Nos casos mais avançados (chamados de elefantíase), o inchaço é grave e a pele pode ficar endurecida e com dobras permanentes.

O tratamento inclui drenagem linfática manual, terapia de compressão com meias e exercícios específicos. Em casos graves, a cirurgia pode ser indicada. Como o linfedema é uma condição crônica, o cuidado é contínuo, com uso de meias de compressão e exercícios regulares para evitar complicações, como infecções.

Erisipela

A erisipela é uma infecção da pele causada por uma bactéria, geralmente o Streptococcus pyogenes, que entra através de pequenas lesões, como cortes ou picadas de insetos. A infecção afeta as camadas superficiais da pele e os vasos linfáticos, causando inflamação visível e dolorosa.

Essa condição ocorre mais em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido ou com problemas circulatórios, como diabetes e insuficiência venosa, que dificultam a drenagem do sistema linfático. Embora a erisipela possa afetar várias partes do corpo, nos adultos é mais comum nas pernas.

Os sintomas incluem vermelhidão, inchaço, dor e calor no local infectado. À medida que a infecção avança, o inchaço pode aumentar, e o paciente pode sentir queimação, febre, calafrios e mal-estar geral. O diagnóstico é feito com base nos sintomas e na aparência da lesão, mas exames de laboratório podem ser necessários em casos graves. O tratamento envolve o uso de antibióticos, repouso e elevação do membro afetado para ajudar a reduzir o inchaço.

Para evitar novos episódios, é importante controlar as condições de saúde que facilitam a infecção, como o controle do diabetes e o uso de meias de compressão para melhorar a circulação. A erisipela pode voltar, especialmente se as condições predisponentes não forem tratadas, por isso o acompanhamento médico é essencial para prevenir novas infecções e melhorar a qualidade de vida do paciente.

 

Pé Diabético

A diabetes mellitus é uma doença que aumenta o nível de açúcar no sangue, o que ocorre quando o corpo não consegue usar a insulina de forma eficaz ou não a produz o suficiente. Com o tempo, essa alta de açúcar no sangue pode causar problemas em várias partes do corpo, principalmente nos vasos sanguíneos e nervos.

Uma das complicações mais sérias é o chamado “pé diabético”. Neste caso, o paciente desenvolve feridas e infecções nos pés, que têm alta chance de complicações. Isso acontece porque a diabetes pode prejudicar a sensibilidade dos nervos, fazendo com que a pessoa não sinta pequenos machucados ou lesões que, em outra situação, perceberia. Além disso, o fluxo de sangue para os pés fica reduzido, dificultando a cicatrização dessas feridas e tornando-as crônicas.

As infecções no pé diabético são especialmente perigosas porque a má circulação também afeta a resposta imunológica, deixando o corpo com menos capacidade de combater as bactérias que infectam o local. Os antibióticos não agem bem nesses casos, pois a falta de circulação impede que o remédio chegue na quantidade necessária ao local. Se a infecção se agrava, ela pode causar morte do tecido (necrose), levando à necessidade de amputação, ou, em casos graves, pode até evoluir para sepse, uma infecção generalizada.

Para evitar o pé diabético, é muito importante que a pessoa com diabetes controle bem o nível de açúcar no sangue e tome alguns cuidados, especialmente se já apresenta problemas nos nervos e na circulação dos pés. Algumas dessas medidas preventivas incluem: Evitar andar descalço em terrenos irregulares, usar sapatos fechados e confortáveis para evitar pequenos ferimentos, cuidar do corte das unhas para evitar feridas, realizar consultas regulares com um especialista, como um médico vascular, para monitorar a saúde dos pés e seguir orientações específicas.

Aneurisma de Aorta Abdominal

O aneurisma de aorta abdominal é caracterizado por uma dilatação de mais de 50% em relação ao diâmetro normal do vaso, que costuma ter aproximadamente 2 cm. Assim, uma aorta abdominal com diâmetro igual ou superior a 3 cm é considerada aneurismática. Este é o tipo mais comum de aneurisma, excluindo os aneurismas do sistema nervoso central, com uma prevalência de 25 casos para cada 100 mil pacientes/ano e ocorre três vezes mais frequentemente que os aneurismas torácicos.

O principal fator de risco para o desenvolvimento de aneurisma de aorta abdominal é o tabagismo. Outros fatores incluem predisposição genética, idade acima de 50 anos, sexo masculino, obesidade, hipertensão arterial e sedentarismo. A maioria dos casos é assintomático, mas alguns pacientes podem apresentar massa abdominal pulsátil, dor ou desconforto abdominal, embolização distal e sintomas compressivos. Em casos de ruptura, os sintomas incluem dor abdominal intensa, dor lombar e massa abdominal pulsátil, presentes em cerca de 26% dos pacientes.

O diagnóstico é feito através de exame físico e exames de imagem. O tratamento inicial é conservador, focando no controle de comorbidades, cessação do tabagismo, controle da hipertensão e do peso, associado a mudanças no estilo de vida e, quando necessário, uso de medicações. A intervenção cirúrgica é indicada em casos específicos, como crescimento do aneurisma maior que 0,5 cm em seis meses, diâmetro superior a 5 cm, ou casos sintomáticos com alto risco de ruptura. Nesses casos, pode-se optar pelo reparo endovascular (EVAR) ou pelo reparo aberto.

Trombose Venosa Profunda (TVP)

A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição médica caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo numa veia profunda do corpo, geralmente nas pernas. Esse coágulo pode obstruir o fluxo sanguíneo, resultando em sintomas como dor, inchaço e sensação de calor na área afetada. Em alguns casos, a TVP pode ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico.

Um dos principais riscos associados à TVP é a possibilidade de o coágulo se deslocar para os pulmões, causando uma embolia pulmonar, uma condição potencialmente fatal. Os fatores de risco para o desenvolvimento de TVP incluem períodos prolongados de imobilidade (como em viagens longas), cirurgias recentes, histórico familiar de trombose e algumas condições de saúde (como obesidade e câncer). Mulheres que utilizam anticoncepcionais hormonais ou estão grávidas também apresentam um risco aumentado para a doença.

A prevenção da TVP inclui a manutenção de um estilo de vida ativo, realizar atividades físicas, evitar períodos prolongados sentado ou deitado, especialmente durante viagens longas, e, quando recomendado, o uso de meias de compressão ou medicamentos anticoagulantes prescritos. Ter atenção em momentos onde os membros passaram muito tempo parados, como em situações de acamamento pós cirúrgico e imobilização de membros, que podem ser fatores desencadeantes para a TVP. O tratamento envolve, principalmente, o uso de anticoagulantes para evitar o crescimento do coágulo e reduzir o risco de complicações graves.

É fundamental procurar orientação médica ao notar sintomas como dor e inchaço, pois o diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais para a prevenção de complicações.